Introdução
Uma das marcas inconfundíveis do Povo Baptista é a cooperação entre igrejas locais.
Sabemos perfeitamente que a ordem que o Mestre deixou aos Seus discípulos, à Sua Igreja, foi anunciar as Boas Novas da Salvação em Cristo Jesus.
Porém, conscientes que sozinhas é difícil levar a cabo a nossa Missão, as Igrejas Baptistas unem-se para evangelizar, para fazer missões, tanto no próprio país como no munto inteiro.
Foi o que aconteceu há mais de 80 anos em Portugal. Orientados pelo Espírito Santo, os baptistas portugueses decidiram trabalhar em conjunto para este fim específico. Decidiram cooperar para a evangelização do nosso país, e não só. Decidiram celebrar um acordo entre si e organizaram a Convenção Baptista Portuguesa (CBP).
O Milagre da Cooperação
Creio que a cooperação é algo que só é possível pela graça de Deus. Muitas vezes pergunto como tem sido possível haver cooperação entre gregos e judeus, circuncisos e incircuncisos, bárbaros, citas, escravos, livres. Mais, entre portuenses e lisboetas, portugueses e espanhóis e até entre homens e mulheres?
Este verdadeiro milagre, o povo de Deus unido, apesar da enorme diversidade de igrejas em Portugal e no mundo inteiro, acontece porque “Cristo é tudo em todos”. Em Cristo Jesus todas as diferenças são transpostas.
O milagre da cooperação acontece quando damos lugar ao amor de Deus na nossa vida. Esse amor que Deus manifestou em nós e que quer manifestar na vida daqueles que estão perdidos porque ainda não encontram o Salvador.
O Objetivo da Cooperação
A cooperação é necessária para a expansão do Reino de Deus. Um crente, uma igreja (apesar da nossa tão proclamada autonomia baptista), não é uma ilha isolada e autossuficiente.
Como povo de Deus fomos salvos para servir no Seu Reino, para proclamar as Boas Novas, para levar o Evangelho de Jesus Cristo àqueles que estão na escuridão do pecado, àqueles que estão em trevas porque ainda não viram a Luz de Deus.
Fomos ungidos para anunciar, para ajudar a reparar vidas desfeitas pelo pecado e pelas pressões da vida, para restaurar os contritos de coração.
Fomos ungidos para proclamar liberdade àqueles que estão sujeitos à escravidão do pecado, às superstições, àquilo que é terreno e diabólico, àqueles que estão viciados na ira, no rancor, na inveja, na hipocrisia, na maledicência, na mentira, no ciúme, no orgulho, em preconceitos… Àqueles que estão presos a todo o tipo de sentimentos e atitudes que provocam conflitos e guerras, em vez de paz e harmonia.
Meus amados. Nós fomos chamados para abrir prisões, fomos ungidos para uma grandiosa missão.
O Povo Baptista desde sempre teve a consciência da sua tarefa e desde sempre soube que a melhor forma para levar a cabo a sua Missão era a união e a cooperação uns com os outros.
Nós somos Povo de Deus, somos Corpo de Cristo.
A Permanência na Cooperação
Apesar da diversidade de igrejas, os baptistas estão unidos neste propósito.
O exemplo da unidade sabemo-lo muito bem onde está, e o propósito desta unidade também sabemos muito bem qual é (João 17:21).
Quando perdemos de vista o objetivo principal, aquele que levou as igrejas a unirem-se para cooperar, há 80 anos atrás, começamo-nos a desgastar e a ocupar o nosso tempo a pôr à prova a nossa unidade.
Aquilo que se diz muitas vezes em tom de graçola – “onde estiverem 2 ou 3 baptistas, aí há desunião”; NÃO É VERDADE. Isto não faz parte do ADN do Povo de Deus. “A paz de Cristo é o árbitro em nossos corações”.
Conclusão
“Guardando a unidade do Espírito pelo vínculo da paz" (Efésios 4:3), procuremos reforçar aquilo que nos une para que o objetivo que nos norteia, enquanto CBP, que é anunciar as Boas Novas da Salvação, seja alcançado.
Nós somos Povo de Deus. Fomos separados para esta grandiosa tarefa. Temos o Espírito do Senhor sobre nós.
Unamo-nos para que aqueles que estão perdidos creiam que Deus, que é um Pai de amor, enviou o Seu Filho amado, o Senhor Jesus Cristo, para salvação de todo aquele que Nele crê.
(Meditação da manhã de 22 de Março de 2013, pregada pelo pastor Jaime Fernandes na Assembleia Geral da CBP em Viseu)