Sempre se realizaram cerimónias de casamento em Igrejas Evangélicas. Antes da entrada em vigor da Lei da Liberdade Religiosa, os casamentos religiosos das Igrejas Evangélicas e demais religiões e credos (com excepção de um único grupo eclesial em Portugal), não eram reconhecidos pelo Estado Português.
No meu próprio entendimento, a responsabilidade de uma igreja é apenas a de invocar a bênção divina para um homem e uma mulher que decidem constituir família e o "contrato" propriamente dito, é responsabilidade do Estado e apenas por ele deverá ser celebrado. Mas também entendo que a distinção de um grupo eclesial em detrimento de outros, constituia uma descarada discriminação. Na verdade, os crentes de todas as outras religiões que não a Católica, ao longo de séculos, sempre experimentaram na "sua pele", por parte do Estado Português, a discriminação e, em certas ocasiões, a perseguição.
A Lei da Liberdade Religiosa vem criar alguma "igualdade" no tratamento das várias religiões. Actualmente, na questão dos casamentos, para além do Casamento Civil e do Casamento Católico (continuando a haver uma diferença devido à existência da Concordata), também existe o Casamento Civil Sob Forma Religiosa para todas as Igrejas/Comunidades Religiosas reconhecidas como Radicadas em Portugal.
No dia 13 de Setembro de 2008 tive o privilégio de Celebrar o Casamento entre dois jovens, o Guido e a Marta, que pela primeira vez foi Civil sob Forma Religiosa. Sem dúvida alguma, foi um marco na história da Igreja Evangélica Baptista de Alfandanga e de todas as Igrejas do Algarve. Não foi o primeiro Casamento Civil Sob Forma Religiosa a ser realizado em Portugal (não tendo a certeza, creio que foi o primeiro no Algarve), mas uma coisa eu sei: foi mais um passo importante a ser dado no nosso país, na "luta" que as Igrejas Evangélicas (e não só), têm travado para que o Estado Português (que nós defendemos a sua total separação com qualquer Igreja) reconheça que existem Igrejas Portuguesas e não apenas uma Igreja Portuguesa.